terça-feira, 12 de julho de 2011

Seminários de Alfabetização



As professoras Odonia e Rita de Cássia participaram,no dia 12 de julho,do Seminário de Alfabetização, proposto pela Secretaria Estadual de Educação do RS.



O diretor pedagógico da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) apresentou o programa de Progressão Continuada na Alfabetização e Letramento proposto pela Seduc para os três primeiros anos do Ensino Fundamental, no Seminário Regional sobre o Programa promovido em parceria da Seduc com a 1ª Coordenadoria Regional de Educação (Porto Alegre). 

“Temos um grande desafio pela frente, que é repensar os anos iniciais com a peculiaridade da progressão continuada”, disse o diretor. Silvio Rocha frisou: não se trata de promoção automática. “Queremos é acompanhar o processo de aprendizagem de nossos alunos, diante da peculiaridade e momento de cada um deles”, explicou o diretor.   Programa de Alfabetização O programa em implementação na rede estadual responde a uma necessidade dos professores alfabetizadores, que buscam qualificar sua prática pedagógica, e do Governo Estadual, que tem o dever de desenvolver seus próprios programas de qualificação decorrentes de uma política de Estado. O Programa está estruturado para instrumentalizar os professores dos anos iniciais na busca de ações educativas qualificadas que levem à formação integral dos alunos. A intenção é desenvolver metodologia que articule, nos três anos das séries iniciais, os conceitos de alfabetização e de letramento e esteja relacionada à realidade do aluno. Assim, as quatro áreas do conhecimento – Linguagens (Língua Portuguesa, Língua Materna, Arte e Educação Física), Matemática, Ciências da Natureza (Ciências) e Ciências Humanas (Geografia e História), além do Ensino Religioso, deverão ser trabalhadas de forma conjunta pelos professores. O programa prevê a realização de pesquisa socioantropológica, cujo resultado vai contribuir para a definição do eixo temático de cada escola ou região. A partir do eixo temático e da escolha de referencial teórico específico, os professores poderão definir os eixos cognitivos de atuação, as atividades e os resultados e formular sugestões. “Precisamos olhar para a cultura do nosso aluno de forma organizada, por meio da pesquisa, para analisar criticamente o contexto no qual ele está inserido”. Ao salientar que a autoria não pode ser negada aos professores, já que “a rede se mantém, sem dúvida, por causa da atuação dos educadores, que muitas vezes tiram dinheiro do próprio bolso para exercer sua profissão”, o diretor fez um convite aos professores que apresentarão os relatos de boas práticas hoje à tarde. Escrever um artigo sobre cada prática, textos que vão formar um volume de apresentação das práticas apresentadas nos nove seminários regionais realizados pela Seduc no Estado e que será distribuído a todos os professores de anos iniciais de todas as escolas estaduais. Além disso, Silvio Rocha enfatizou: “estamos diante de um desafio grande, que revela nossas contradições e limitações. Quero encerrar lembrando uma poesia, que diz que outros pés caminham conosco, são rubros, são negros, são diversos, e somente juntos moldam o chão. Vamos conseguir melhorar a qualidade da nossa educação e moldar nosso chão se caminharmos juntos”, encerrou o diretor pedagógico, dando a palavra à professora Ivany Souza Ávila, que aborda em palestra teorias em alfabetização e letramento, encerrando a programação da manhã. Psicogênese da língua escrita Ivany Souza Ávila iniciou seu contato com os professores lembrando verso de música de Leci Brandão: “É na escola que se forma um cidadão por isso, aceite e respeite o meu professor”, para depois apresentar-se como professora de “chão de escola”. “Todos precisamos ir onde o nosso aluno está, parodiando Milton Nascimento, nos Bailes da Vida”, frisou. Lembrando a fala do secretário Jose Clovis de Azevedo, de defesa da escola normal e de nível técnico para formação ao magistério, ela refez seu caminho como alfabetizadora, recordando a primeira turminha de primeira série, quando, ao chegar ao final do ano, teve a frustração de ver alfabetizada metade da classe. “Voltei a estudar, buscando resposta para o meu fracassso”. Achou essa resposta na psicogênese da língua escrita, termo desenvolvido pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro para apresentar a concepção de sobre o processo de alfabetização que não apresenta método pedagógico, mas revela os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. "A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro e da Psicogênese", frisou a palestrante. “Todas as crianças são alfabetizáveis. É preciso respeitar o momento de cada uma”, provoca a doutora em educação. Ela também comentou a relação com a pesquisa socioantropológica com a alfabetização. “Ela é importante para conhecer essas pessoas que vão ser alfabetizadas, em que mundo vivem, mas também vamos olhar para o mundo da escrita da comunidade. Vamos investigar o grau de letramento, conhecer as coisas escritas que estão na comunidade e que podem ser ferramentas na sala de aula; este é um processo riquíssimo”, resumiu. A professora também comentou o formato dos três anos de alfabetização que se mostram como um bloco, uma sequencia, é muito feliz No que a reprovação ajuda as crianças a aprenderem? A serem mais felizes? A se desenvolverem como seres humanos? A progressão continuada é muito feliz. Compreender em que momento as crianças estão é fundamental para o êxito da alfabetização, resumiu Ivany Souza Ávila. O trabalho continua à tarde, com a apresentação de 12 relatos de Boas Práticas e mediação da prática com a teoria. As mediadoras das quatro mesas de trabalho são as professoras Ivany Souza Ávila, Patrícia Moura Pinho, Lúcia Barcellos e Luciana Piccoli.



Fonte: http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?PAG=4&ID=6908